Monday, November 07, 2005

O vento e o tempo

Daqui as vejo arrastando no chão.
O ruído dos seus corpos roçando nessa rígida superfície, unido
ao longínquo cantar de pássaros
apenas me distancia mais daqui.

O quanto andarei até o fim?
Continuo ou será ele que virá a mim?

Cansando de perguntas, entrego-as ao vento, e elas se deixam levar...
como aquelas folhas caídas, antes tão verdes, logo tão enrijecidas,
o tempo passou por elas e levou suas vidas. Serão pó.
Para que apanhá-las
Levá-las para onde
O tempo também isso resolve.
Outro dia já não serão nada.
E o que ficou
Aconchego aos pássaros
Ecoar de cânticos
Propagadoras de ruídos
E este poema,
De novo folhas
e nelas alguém que escreve ao
tempo... pra não senti-lo passar,
até que também a leve
leve?
CE, 17:30, 07/11/05

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